Crítica | Vargtimmen (A Hora do Lobo)

A Hora do Lobo é conhecido como o único filme de terror lançado pelo diretor Ingmar Bergman, mesmo que não seja um terror convencional. Não há fantasmas, sustos ou chacinas. Apenas a imaginação humana que, sinceramente, consegue criar monstros piores que a maioria das representações concretas.

Tendo como base informações fornecidas por Alma Borg (Liv Ullmann), mulher do perturbado pintor Johan Borg (Max von Sydow), o longa entra em um ambiente onírico, onde a realidade, o desejo e o medo tornam-se um.

A hora do lobo é uma curiosa expressão que, segundo Bergman, "é o espaço entre a noite e a madrugada. A hora em que a maioria das pessoas morre, e que a maioria das pessoas nasce, e que os pesadelos são reais e que a angústia nos persegue". É o resumo perfeito para o que o filme representa.

Unida à genialidade de Bergman, a fotografia expressionista de Sven Nykvist é hipnotizante, sendo impossível deixar de olhar para a tela. Os jogos de claro e escuro são incrivelmente sombrios. E o que seria de um longa sem seus atores? Escolhido meticulosamente, o elenco é impecável, com destaque para o casal de protagonistas. Liv Ullmann, assim como von Sydow, está sensacional.

A Hora do Lobo é a desconstrução de um dos maiores horrores conhecidos: a loucura humana. É sombrio, incômodo e perturbador. Uma verdadeira obra-prima.

Ficha Técnica:

Nome: Vargtimmen
Ano: 1968
Diretor: Ingmar Bergman
Elenco principal: Liv Ullmann, Max von Sydow, Ingrid Thulin

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