Crítica | (A Menina da Fábrica de Fósforos) [Aniversário de 25 anos]

Sinceramente, nenhum título me deixou tão instigada quando este. Junto com Ariel e Sombras no Paraíso, A Menina da Fábrica de Fósforos faz parte da chamada Trilogia do Proletariado, de Aki Kaurismäki.

Presa em um lugar que parece tão monótono e miserável quanto ela, Iris (Kati Outinen) é uma mulher que tem como vida uma rotina que consiste em trabalhar em uma fábrica e satisfazer seus pais (Elina Salo e Esko Nikkari).

Por ser meu primeiro contato com Kaurismäki, diretor genial, pouco sabia sobre seu estilo, mas surpreendi-me ao perceber que estava presa ao longa e sua história desde a primeira cena. 

A Menina da Fábrica de Fósforos é, na verdade, uma crítica à automatização das relações humanas, evidente na ausência de diálogos e no bruto distanciamento dos personagens. Refém do silêncio, quebrado apenas pela música ou pelo som da TV, e da solidão, Iris tenta aproximar-se de quem está ao seu redor em tentativas falhas. As músicas tocadas são a mais pura forma de comunicação da protagonista com o espectador, transbordando seus sentimentos.

Fácil e rápido de assistir (o longa dura pouco mais de uma hora) e com um humor negro não explícito, paixão, decepção, vingança e boas músicas em seu repertório, esse é um filme imperdível.

Ficha Técnica:

Nome: Tulitikkutehtaan tyttö
Ano: 1990
Diretor: Aki Kaurismäki
Elenco principal: Kati Outinen, Vesa Vierikko, Elina Salo, Esko Nikkari

Comentários

  1. Eu achei incrível que uma menina de 14 anos tenha um linguajar tão erudito e tão adequado ao assunto que está a tratar. Com um português irretocável e um vocabulário invejável. Alem de tudo, com idéias tão nítidas e com um gosto pelo cinema tão culto. Fiquei impressionado! E meus parabéns. Sou Alberto Valença do blog Verdades de um Ser.

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