Crítica | Boyhood

Não existe, nem existirá, nem um filme como Boyhood. Filmado ao longo de 12 anos, esse peculiar projeto poderia dar muito errado, mas, talvez, essa imprevisibilidade foi o que tornou o longa algo tão espetacular.

Como o próprio título indica, trata-se de um filme sobre a juventude de um menino, Mason (Ellar Coltrane). Acima disso, é um pedaço da vida de cada um que participou de sua produção; é a documentação da infância de dois atores que nunca mais serão vistos pequenos, apenas em Boyhood.

Assim como a sensacional trilogia do Antes, o roteiro é incrível e repleto de diálogos naturais e memoráveis. A direção de Linklater é impecável, onde ele opta por valorizar a simplicidade do cotidiano e admirar seus personagens.

As passagens de tempo são bem pensadas, assim como o resto do longa. Em momento algum parecem forçadas ou repentinas.

O elenco está primoroso. Patricia Arquette e Ethan Hawke (pais do protagonista) estão em perfeita sintonia com Coltrane e Lorelei Linklater (Samantha, irmã de Mason). Destaque para Arquette, excelente no papel, que provavelmente será indicada ao Oscar 2015.

A trilha sonora sonora vai de Coldplay à Daft Punk, passando por Foo Fighters, Paul McCartney, Lady Gaga e muitos outros. Além de músicas, o longa conta com diversas referências da cultura pop dos últimos anos, desde Harry Potter ao Obama.

Tudo é naturalista, nada é sensacionalista. E é aí que se concentra a beleza do filme. A experiência de assistir Boyhood é indescritível e é por isso que essa é uma obra única.

Ficha Técnica:

Nome: Boyhood
Ano: 2014
Diretor: Richard Linklater
Elenco principal: Ellar Coltrane, Patricia Arquette, Ethan Hawke, Lorelei Linklater
Saldo final: 5/5

PUBLICADO ORIGINALMENTE NO BLOG LEITURAS E FOFURAS

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