Critica | Lost In Translation (Encontros e Desencontros)


Às vezes, surgem pequenas pérolas do cinema. Filmes que não precisam de um grande orçamento, efeitos especiais ou uma direção ousada. Encontros e Desencontros é assim, uma simplicidade pura. Sofia Coppola já tinha demonstrado seu grande talento no cultuado As Virgens Suicidas, mas é aqui que ela alcançou seu ápice.

O longa aborda alguns dias da vida de dois personagens, em Tóquio. Bob Harris (Bill Murray) é um ator decadente, que está na cidade para gravar uma propaganda, enquanto Charlotte (Scarlett Johansson) está acompanhando o marido, um fotógrafo de celebridades.

Ambos estão tristes, longe de casa e não conseguiram adaptar-se ao fuso horário. Inicialmente, a insônia serve como desculpa para os dois conversarem, já que sempre encontram-se no bar do hotel em que estão hospedados. Mas não pense que este é mais um romance de mais uma comédia romântica. Coppola não apela para este tipo de sentimentalismo e Lost In Translation não pode ser classificado dessa forma.

Para quem já foi à algum país onde não entende-se nada, várias cenas são de fácil identificação. As falas em japonês não são legendadas e os espectadores se sentem como os personagens: perdidos. Não foi por acaso que o título escolhido foi Lost In Translation (Perdido na Tradução).

Bill Murray está melancólico no papel de sua vida. Scarlett Johansson não fica muito atrás e está excelente. O roteiro e a direção de Sofia são sutis, mas de uma beleza incomparável. A trilha sonora está impecável.

Mas, o que torna um filme excelente? A direção, o roteiro, as atuações? Um filme excelente é aquele que te faz refletir mesmo dias depois de seu fim, é aquele que influencia sua vida, nem que seja um pouco. Encontros e Desencontros é assim.

Ficha Técnica:

Nome: Lost In Translation
Ano: 2003
Diretora: Sofia Coppola
Elenco principal: Bll Murray, Scarlett Johansson, Giovanni Ribisi, Anna Faris
Saldo final: 5/5
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