Crítica | Trainspotting (Trainspotting - Sem Limites)


Retratos de uma juventude perdida.

Boyle abre Trainspotting com uma cena incrível e inesquecível, cultuada por fãs do mundo todo. Nela, o protagonista aparece correndo, fugindo de um agiota. Em meio ao momento, Renton narra sua visão da vida moderna. Com palavras irônicas e satíricas, ele grita contra o consumismo e contra a hipocrisia em um dos monólogos mais memoráveis do cinema.

Baseado no livro homônimo de Irvine Welsh, Trainspotting conta a história de Renton (Ewan McGregor), um jovem que mora em Edimburgo e luta contra seu vício em heroína. O uso de drogas influencia seu relacionamento com amigos e com sua nova namorada, Diane (Kelly Macdonald). Mas, para sustentar seu vício, Renton acaba por se envolver em diversas desventuras.

Boyle é um diretor conhecido por seu desapego à quesitos técnicos e, em Trainspotting, isso cai como uma luva. O diretor filma tudo em um ritmo frenético, carregado por uma trilha sonora marcante e atuações corajosas.

À primeira vista, o filme pode parecer ser sobre drogas, mas não é. É um filme sobre pessoas. A heroína é, simplesmente, uma consequência dos atos dessas pessoas.

A falta de senso crítico, já que o longa não aprova ou desaprova as drogas, aumenta o realismo das cenas, que passam de trágicas à cômicas em um instante. 

É o retrato de uma juventude perdida, que não sabe o que fazer e o que quer e, por essa razão, acaba por sucumbir à pequenos prazeres. Sim, é sujo, triste, desesperador, repleto de humor negro e horrível. Mas nunca deixa de ser memorável.

Ficha Técnica:

Nome: Trainspotting
Ano: 1996
Diretor: Danny Boyle
Elenco principal: Ewan McGregor, Kelly Macdonald, Jonny Lee Miller, Robert Carlyle, Ewen Bremner, Kevin McKidd
Saldo final: 4/5

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